É muito raro, mas de tempos em tempos um lobo solitário, vagando por seu caminho, encontra outro lobo com esse mesmo Status. As afinidades vêm a tona muito mais rápido que os pensamentos vem a cabeça e aí, surge uma amizade. Essa amizade não pode ser abalada por nada! Nem por forças terrenas ou divinas o sentimento fraterno entre um e outro diminui. Mas instinto, é algo com que os lobos não podem lutar. Assim como os felinos aprendem a caçar por instinto, ou um bebê que reconhece a mãe quando aconchegado em seu colo pela primeira vez, o lobo solitário sente a necessidade de voltar a ser “sozinho” e diante de todas as afinidades como seu quase-irmão, surgem nano-diferenças, que com o passar do tempo, tomam dimensões gigantescas e antes do grande embate, cada um vai para um lado.
Sem brigas, discussões ou desavenças.
Infelizmente, nada é perfeito. Com o tempo de distância, surgem fatos não conhecidos durante os bons tempos que acabam magoando o lobo. Mágoas surgem. Até mesmo lágrimas podem escorrer pelo focinho do lobo. Mas nunca, em tempo algum, a memória do lobo se apaga. E apesar de aparentar ser um espécime frio e sem sentimentos, em certos momentos, lembra-se dos bons momentos em que compartilhou a sua vida com seu quase-irmão. Lembra-se também, de que talvez não fosse um só lobo que o encontrou ao longo desse tempo. Em certas ocasiões, acompanhado de seu amigo, encontrou vários outros lobos solitários, cada um com seu cada um, e mesmo assim, com todas as diferenças possíveis, estes formaram uma matilha dessas que a gente vê no Discovery Channel, trabalhando pelo bem estar do grupo, sem ao menos perceber o bem que estavam fazendo um ao outro.
A partir de um momento, a convivência torna-se tão difícil por conta de inúmeras pequenas diferenças, que a matilha separa-se e cada um segue seu rumo, como os dois lobos citados anteriormente.
De tempos em tempos alguns deles encontram-se. Em alguns dos casos o encontro é saudável para ambas as partes. Relembram-se dos tempos de matilha, compartilham novos acontecimentos em suas vidas e, as vezes, sentimentos que só sentem-se a vontade para demonstrarem entre os seus.
A partida é dolorosa, mas faz-se necessária.
E assim a vida segue com encontros e desencontros, mas em momento algum, o lobo solitário esquecerá de sua matilha e dos bons tempos vividos junto a ela.
Sinto falta de minha matilha.
Nas noites em que posso contemplar a lua, uivo para relembrar a matilha.
Um uivo a vocês que fizeram parte de minha matilha.
Até o próximo encontro.
3 comentários:
Bom texto... mas não se compare a um lobo solitário. Nós, seres humanos, somos bem mais complexos que eles, além de precisarmos do outro mais do que qualquer animal, por mais irracional que ele seja.
As vezes, faz-se necessário um afastamento da matilha, para perceber o quanto é vital a vida em grupo.
Encontre outras matilhas, sem esquecer daquela que te fez escrever este texto. Os outros lobos também estão sentindo falta do seu uivo
Kátia Siqueira
Concordo com a Katia.As vezes precisamos nos afastar da matilha para perceber o quanto precisamos dela.E como ela disse,nunca esqueça da matilha antiga,mas procure uma nova.
Tá...depois do que ela disse,eu fiquei sem ter o que dizer o.o
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