terça-feira, 26 de agosto de 2008

APRENDIZADO!

Hoje desaprendi a escrever,
Desaprendi a rezar a dar nó do cadarço do tênis.
Na rua, falo a estranhos ofegantes que desaprendi a ter vergonha.
Desaprendi o tamanho do mar, mergulho de cabeça e desaprendo o mundo.
Desde o homem com o rei na barriga, até o mendigo que ri no asfalto.
Desaprendo a todos,
Seus olhos, suas mãos e seus sobrenomes.
Desaprendo o gosto amargo da fumaça dos carros,
o doce do pudim de leite e até o sal do suor que foge pra boca.
Comigo trago livros, muitos livros, livros tristes
e sentada na beira da minha cama,
com a luz apagada
Posso constatar que assim;
Eu aprendo a chorar de alegria.

Primeiro texto!

Imaturamente


Em um dia qualquer, um dia desses repletos de carnificina e torturas, um dia em que ainda estaremos nos humilhando para conseguir um pouco de respeito, nesse dia nos revoltaremos e essa humilhação vai acabar.
Coitados de nós seres humanos!
Sempre tão ocupados com tudo, tão preocupados com qualquer coisa; nem percebemos o quão fúteis estamos nos tornando.
Tudo tão bonito, perdido...
É tarde pra voltar atrás. O sacrifício está feito. Os espíritos das almas perdidas nos atormentarão pra sempre. Mesmo se desistirmos de lutar e levantarmos a bandeira branca, estaremos sempre lutando.
Hoje,
Me chamou por 3 vezes minha consciência mais eu também só atendi quando precisei.
Agora estou perdida em alguma inconsciência minha, em alguma inconsequência minha.
Minha imaturidade me prejudicou.
É tão triste querer algo que não se pode ter.
Eu queria ter paz,
Eu queria ser imortal a
Eu queria ser completamente normal.
Mais não posso;
Então,
Rezo por alguém que está no corredor da morte,
Rezo por alguém que necessita de um pouco de sorte.
E por enquanto é só!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Na foto?! Pearl Jam!!! FODA!!!


Cantar. Me expressar através de canções é tudo o que eu mais quero.
Quem me dera poder viver de música...
Beber música, comer música, gozar música... e até mesmo... cagar música!
(Impressionante como uma simples palavra pode destruir um verso... rsrs - neto, essa foi pra ti! rs)
Hoje, vivo na expectativa pelo próximo ensaio e pelos próximos shows. Isso é meu zahir atualmente. Tudo que eu faço, faço pensando em música. Cada segundo dos meus dias passam mais lentos quando penso no meu momento com os agudos, graves, distorções e a maldita microfonia. Talvez seja por ansiedade, mas por tédio nunca.
Não sou muito de falr de morte, mas na hora da minha, quero estar tocando! Nem que seja soprando um apito, mas que seja no meio dos meus amigos, diga-se de passagem.
Durante os momentos com o violão e a guitarra, principalmente quando sozinho em meu quarto, tudo some.
Naqueles momentos, só eu penso em... nada... e tudo, ao mesmo tempo. Confesso que fico emocionado. Não, não é viadagem seus escrotos.

"e o mundo é perfeito"

Foi mal, mas a frase encaixou-se exatamente como eu precisava! Como Anitelli disse: "sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar..."
As vezes fecho os olhos e me vejo tocando num palco, com meus amigos, em cima do palco e também na platéia e aí... ah... o mundo é perfeito!

Cada letra representa uma fase, momento, pessoa ou sentimento em minha vida. E cada nota de cada música que acompanham as letras me lembram objetos, gestos, lágrimas, mas os sorrisos prevalecem.

Ao meu pai e ao meu irmão... um espelho
Para minha mãe... um all star
Para minha irmã... um tal de tião
Para meus irmãos... as trilhas que embalam a galera em torno de uma torta americana de maçã!
Aos meus amigos... "palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?!"

E para mim... guardo todas!!!

domingo, 17 de agosto de 2008

O que quero entender


Certa vez...
Um mamute, ainda filhote, observou os outros de sua manada em suas diversas atividades.
Alguns ficavam sempre próximos, uns aos outros, ajudando e recebendo ajuda. Outros, preferiam o silêncio e a solidão.
Estes que ficavam sozinhos, eram taxados de excluídos sociais. Ninguém os entendia muito bem, pareciam revoltados com a presença de muitas pessoas por perto. Só gostavam de chegar perto de quem necessitava de ajuda. Não digo ajuda em arrastar um tronco de árvore por exemplo. Ajudavam somente, aqueles que precisavam de um ombro amigo, mas estes, deveriam estar sozinhos também.
Relacionar-se? Somente com um de cada vez e isso ocorria somente de tempos em tempos, pois as vezes até mesmo o líder da manada precisava de palavras daqueles que eram ditos "revoltados".

Um dia, o filhote resolveu se aproximar de um destes "revoltados".
Inexplicávelmente, foi permitida pelo sujeito sua presença ao seu lado desde que, ficasse em silêncio e só falasse quando pergunta-se algo, o que não ocorreu por todas aquelas longas horas que passaram ali, observando os campos apenas, sem trocar palavras.
Vez ou outra, trocavam olhares e sorriam com o canto da boca, bem discretamente, no que parecia uma conversa telepática.
Quando já estava anoitecendo, voltou para o aconchego do quentinho das patas de sua mãe e adormeceu.
No dia seguinte, tornou a presença do agora poderia considerar um amigo.
Os dois fitavam diariamente o céu e notavam as voltas que os campos davam em torno da grande bola de fogo, que sempre percorria aquele campo azul que ficava fora do alcance de suas trombas.
Anos passaram-se e, cada vez mais que o tempo passava, mais tempo os dois passavam na compania um do outro.
A manada começou a se incomodar com aquilo e num ato "desmamuteano", expulsou violentamente o mamute "revoltado", que começava a fazer escola tendo como seu primeiro aluno, o filhote em questão.
Desde o dia da partida do amigo, o agora quase adulto mamute, não pronunciou uma palavra sequer com o resto da manada.
Novamente anos se passaram e pouco a pouco, voltou ao convívio dos outros, mas nunca ninguém sabia o que realmente se passava dentro da cabeça dele.

Cada vez que se enquadrava novamente no grupo, mais sentia-se preso aos seus pensamentos e cada vez fechava-se mais, falando somente o necessário.
Afundado em sua própria prisão, fugiu.

Andou sem rumo por algum tempo que não foi interessante contar, visto que não sabia pra onde ia e o que ia fazer.
Andou até chegar a beira de um penhasco. A vista dali era incrivelmente linda. Um grande vale estendia-se aos seus pés e a bola de fogo estava cortada no meio no horizonte.
Guardava aquele quadro na memória, quando notou que ao seu lado, parou um pequeno ser.
Sem pêlos, andava sobre duas patas, tinha dedos articulares e o que milhões de anos a frente viriam a chamar de, polegar opositor.
A pequena criatura sentou-se ao seu lado abraçando as pernas ficando parecido com uma bola. O queixo, estava encostado nos joelhos e seu olhar parecia tão perdido quanto o dele mesmo.

Inevitavelmente, lembrou-se do seu antigo amigo e sorriu novamente com o canto da boca.
Olhou para o que chamou de homem e este também olhava em sua direção.
Apesar das diferenças entre as duas espécies, apesar das vidas diferentes, apesar dos quilômetros que os separavam, apesar das alegrias, medos, angústias... eram praticamente iguais em sua essência, o que proporcionou novamente uma conversa sem palavras. Talvez a mais longa já vista.

Não se sabe quantos dias ficaram ali, olhando para o vale, sem trocar uma palavra sequer.
Não se sabe pra onde foi o mamute, muito menos, como aquele jovem garoto se tranformou num homem.
Mas o que mais intriga a pequena tribo, é o fato do, agora homem, parar de tempos em tempos em frente ao penhasco e chorar descontroladamente, sorrir, gritar até perder a voz e parecer extremamente desesperado, mas inexplicávelmente voltar ao convívio com as idéias cada vez mais claras, como se fosse outra pessoa.

Todos tentavam entendê-lo, mas nunca ninguém entenderá que aquele choro, aqueles gritos e aqueles sorrisos, eram apenas a conversa dele com seu velho amigo mamute, que do outro lado do vale, gritava, sorria, chorava até afogar-se em lágrimas, ao ver seu amigo.
Não estavam tristes, não estavam desesperados, apenas conversavam.
Palavras?! Não, a via não permitia troca de palavras, mas somente de sentimentos.

Seja lá qual for o destino dos dois, nunca haverá outra conversa como aquela.
O que foi isso?! Esteja livre pra pensar o que quiser.
Para mim tem um significado e para você que está lendo pode ter outro completamente diferente.
Mas o que vale é que alguém terá uma visão quase idêntica a minha deste texto, igual nunca, mas os sentimentos serão os mesmos.

Obrigado por ler até aqui.
Sinta-se abraçado(a).

Meus gritos, são por você e para você.