quarta-feira, 15 de outubro de 2014

3x4

Tudo em seu tempo
Tudo em seu lugar
E o todo se mostra lindo

Só sinto o que me cabe
Abaixo a pulsação
E findo o dia sorrindo

A gente aprende a ser o que pensa não ser capaz de ser
E ver que não é errado seguir
Não se prometer
Caminhar, sorrir

E trilhamos com calma
A alma leva o corpo
E o corpo não quer deixar a cama
E beijo sua palma
Sua boca é o topo
E qualquer palavra se torna anagrama

E toda cor é azul
E todo beijo é o primeiro
E sou novamente, por inteiro

E toda flor é azaléia
E toda textura é sua pele
Que todo abraço, afivele

E todo cheiro é doce
E mesmo que não fosse lembraria do aroma
E toda viagem é curta
E todo o tempo que tenho, a ansiedade me toma

E todo o abraço não dura o suficiente
E todo fato é recente
E todo riso, indecente
E todo eu, aparente

E todo filme é curto
Todo domingo tá longe
Não sei se roubo ou furto
Se sou devasso ou monge

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Preciso musicar isso

querer tudo é não querer
nada é perceber que nada
é pior que tudo e qualquer
coisa é melhor que nada
é melhor do que não querer
tudo é querer uma coisa só
pois para ser feliz é preciso
querer uma coisa só e saber
deitar ao lado dela – quieto.


Gregório Duvivier

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Canto I

Há tanto tempo quero tornar isso real, que me perco quando sinto tua boca
A mente ainda julga ser improvável essa realidade.
E às vezes trava. Paro de pensar. Com você ali. Não há espaço entre os corpos A vontade é de ocupar cada pedaço da tua pele. Competir espaço com as sardas.
O desejo é tanto, que não controlo os dedos, quando longe. E mando pedaços de mim... por textos... mensagens... pensamentos...
Aqui dentro, nunca para!
Tento me segurar. Segurar tudo aqui dentro. Mas não dá.
Seu sorriso logo me aparece. E me vejo acordando às 6:30 da manhã de um sábado, só pra ter mais tempo pra pensar em você. E agora? O que eu faço com isso tudo aqui? Não posso mandar fechar a fonte. Tá tudo tão escancarado... Tão depravado... Tão sem controle, que não tenho mais como segurar. Vou declarar.
Descer a serra sem freio e ver no que dá.
Me segura! Não me deixa bater muito forte. Não sei usar airbag ou cinto de segurança.
Atualmente, só quero usar você.
Corro pra ver teu sorriso. Luto pra me despedir.
Te soltar do abraço me gera incerteza. Quero me sentir seguro, inteiro.
Mas pra isso, preciso de você inteira... completa... consigo mesma.

Quando você vier pra mim, vista aquele seu vestido azul que você nem sabe que eu gosto.
Realça seus olhos, que me deixam nu. Sem máscara, armadura, tristeza e mágoa.
Só fica a pureza.
Obrigado por me fazer sentir isso.

Realmente, sou um cara de sorte.